sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Casos I - Nominativo e Acusativo (Graciela gewidmet)

É bem sabido que o alemão apresenta certas dificuldades ao aprendente, especialmente por possuir caso morfológico. ????? Pois é, isso quer dizer que as palavras, como artigos, pronomes, adjetivos e, às vezes mesmo os substantivos mudam de forma conforme a sua função na oração.  Para começar a entender isso vamos dar uma olhada no que a "teoria da regência e ligação" chama de "caso estrutural".

O sujeito da oração fica sempre no nominativo e tem que concordar com a desinência do verbo conjugado. Ex:

Ich schreibe einen Brief.

Du schreibst einen Brief.

A primeira pessoa do singular tem a terminação -e, que manda o sujeito ficar no nominativo (ich, e não mich etc...).

Der Mann schreibt einen Brief.

Aqui o sujeito é " der Mann", o homem, terceira pessoa singular, com desinência -t, no nominativo.

A desinência manda no sujeito, mas o verbo em si manda no objeto, que na maioria das vezes fica no acusativo (den, einen, meinen).
Ex:

Der Brief ist lang. (A terminação do verbo manda o sujeito ficar no Nominativo [der]).

Der Mann schreibt den Brief. (A terminação do verbo manda o sujeito ficar no Nominativo [der], o verbo "schreiben" exige o caso acusativo para o objeto [den]).

Todo verbo exige o acusativo? NÃO! A maioria sim, mas alguns exigem outros casos. Por hoje basta decorar que o verbo SEIN exige só nominativo. Ex:
Der Mann ist ein guter Autofahrer. (Aqui temos sujeito e "objeto" no nominativo, por que SEIN exige sempre nominativo.)

No próximo post seguimos com outros casos.



sábado, 28 de outubro de 2017

Estudando com as notícias da Deutsche Welle

É muito importante seguir uma programa que possibilite ao aluno aprender, passo a passo, estratégias de comunicação, gramática e vocabulário na língua estrangeira. O material usado normalmente para este fim durante as aulas é o livro didático. Mas é sabido que as pessoas que aprendem o idioma mais rápido, melhor e com mais facilidade são mais ativos, lendo livros e revistas em alemão, escutando rádio ou assistindo tevê na língua estrangeira. É por isso que eu decidi falar hoje sobre como usar as notícias de tevê/internet, especialmente as da Deutsche Welle, como material didático.

O primeiro passo é baixar o app da DW no seu dispositivo, configurar o alemão como língua principal e procurar o 'Media Center' no menu principal. Depois é só procurar pelas notícias 'Top-Themen in 90 Sekunden'. Aí começa nosso estudo:


  • Olhe a imagem de 'capa' do vídeo. Pense de qual notícia pode se tratar e se você já sabe algo sobre isso. Pode até anotar algumas palavras-chave que você acha que vão aparecer no vídeo. Se você desconhecer essas palavras em alemão, consulte o dicionário.
  • Assista as notícias sem som e anote as legendas das notícias num papel. Normalmente são apenas três notícias diferentes, já que o noticiário dura apenas 90 segundos.
  • Deixe claro quais palavras são conhecidas. Tente entender as outras pelo contexto, mas se julgar necessário procurar por alguma palavra no dicionário, tente pelo menos ter algum significado hipotético em mente antes de olhar.
  • Seria bom anotar estas palavras novas numa listinha ou em cartões. Também serial legal procurar por cidades, regiões ou países desconhecidos no mapa (Google Maps).
  • Escolha uma das notícias e anote tudo que entender, todas as palavras  agora conhecidas, inclusive as novas. 
  • Faça uma tabela com os pronomes interregativos wer, was, wo, wann, wie e warum) e procure responder estas questões com as palavras que escutou.
  • Procure o artigo correspondente a esta notícia no app, no menu, em Welt, Europa etc... Leia apenas a introdução. Deixe claro quais palavras são conhecidas. Como antes, tente entender as outras pelo contexto, mas se julgar necessário procurar por alguma palavra no dicionário, tente pelo menos ter algum significado hipotético em mente antes de olhar.
  • Tente preencher sua tabelinha com estas informações novas e assista de novo a sua notícia escolhida. 
Esse é um exercício que se pode fazer quase todo dia, com maior ou menor esforço,  e ao mesmo tempo se inteirar das notícias do mundo.

Lembre de guardar a listinha de palavras, os cartões e a tabela. Eles vão ser o ponto de partida para mais exercícios que eu vou postar por aqui.



sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Dicionários online de alemão

O dicionário é uma ferramenta muito importante para aqueles que estão aprendendo uma língua, principiantes ou avançados. Principiantes fazem mais uso de dicionários bilíngues, português-alemão e alemão-português, ou alemão-inglês. Minhas sugestões de dicionários bilíngues são: PONS (há várias línguas disponíveis), PONS (para dispositivos móveis) e Linguee (alemão-português). O Linguee traz sempre exemplos de textos, com a palavra em questão marcada em amarelo, o que ajuda a ver qual equivalente fica melhor em cada contexto.
Os dicionários alemão-alemão, como o Duden são bons para alunos avançados, que procuram por sinônimos, gramática, exemplos. O Wiktionary:Deutsch pode ser usado por principiantes e avançados, para checar o gênero e a declinação/conjugação das palavras e por que, além de trazer exemplos e sinônimos, mostra também a pronúncia e muitas vezes traz algum tipo de ilustração.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Fonética II ( e Prosódia)

Na última postagem esqueci de falar de aspectos importantes da fonética: as vogais "tremadas" ö e ü, o ch, e o r, que pode ser pronunciado como uma vogal e que, quando realizado como consoante, é em geral diferente do nosso r. Esqueci de mencionar também alguns aspectos fonológicos, como a regra de desvozeamento de plosivas em final de sílaba, e aspectos de prosódia, como acentuação e entonação. Vou explicar tudo com calma nas próximas postagens.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Fonética do alemão para brasileiros

Acredito que a maioria dos livros didáticos usados no ensino do alemão no Brasil sejam aqueles produzidos e criados na Alemanha. Na maioria das vezes trata-se de livros didáticos muito bons, com uma abordagem comunicativa. O único problema que eu vejo neles é que eles abordam dificuldades de pronúncia para falantes de qualquer outra língua. Num livro que eu usei há, por exemplo, um exercício que visava conscientizar o aluno da diferença entre r e l. Para falantes de português isso é claro e seria obviamente um desperdício de tempo apresentar um exercício como esse na sala de aula. Por outro lado faltam exercícios que abordam dificuldade típicas dos falantes de português brasileiro: a "falta"de nasalização no alemão (Bahn e não *bãn), os clusters consonantais como em trifft (nós tendemos a fazer epêntese, ou seja, adicionar vogais onde não tem, falando triffit), as nasais finais m, n, e ng (que em português não são distintivas), o w que é lábio-dental, diferente do nosso v, o l (que nunca é uma semivogal), e a diferença entre um i longo e um e longo, que são muito similares para ouvidos brasileiros. É por isso que eu estou preparando exercícios extras de pronúncia para meus alunos. Mais tarde pretendo postar uma lista completa desses exercícios aqui no blog.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Preparando aula com o Google Keep

Na época que eu estudava Pedagogia Instrumental em Viena eu aprendi muito sobre como preparar uma aula de piano: costumava preencher um quadro com os objetivos, metodologia, conteúdo, material e a duração de cada fase da aula. Depois de me formar eu vi que na prática tinha muito pouco tempo para preparar as aulas dessa maneira. O curso de pedagogia instrumental não tinha me proporcionado nenhuma alternativa à preparação de aula por extenso . No curso de formação de professores de alemão que fiz pelo Instituto Goethe, um curso EAD que concluí em 2015, aprendi a preparar as aulas de alemão de forma bastante detalhada também. Contudo, mais no final do módulo principal, uma maneira alternativa de anotar as fases, objetivos, conteúdo e material foi apresentada, já que com o tempo se ganha experiência e se necessita de menos informações explícitas sobre a aula. Os autores chamaram isso de Spickzettel, uma colinha, como diríamos no Brasil.
Nos últimos anos tenho preparado as aulas com Spickzettel, mas ainda estava descontente com uma coisa: embora cada aluno precise de uma aula diferente, quando o livro didático é o mesmo, muita coisa poderia ser aproveitada de uma aula para outra, numa mesma lição de um mesmo livro. Eu também estava descontente com a pilha de papéis que ia se acumulando nos meus arquivos, mas que eram difíceis de acessar. Pensei em usar o Google Docs para preparar as aulas no computador e ler no celular (eu também uso o celular para os áudios e vídeos que uso nas aulas), mas a até agora melhor alternativa foi o Google Keep, um app para anotações que conheci através de um aluno. Instalei o app no tablet e no celular. Uma das vantagens é que se pode optar por usar caixas de seleção, que ao serem clicadas passam  para o final da lista, mas podem ser recuperadas. As anotações podem ser copiadas por inteiro e assim uma colinha pode ser aproveitada e modificada para outro aluno. Preparo minha colinha no tablet e sigo na aula pelo celular, que uso também para anotar perguntas e dúvidas dos alunos e também para editar na hora, se ideias melhores vêm a mente ao ver que um exercício funciona na prática melhor de outro jeito.