sábado, 28 de janeiro de 2017

Fonética do alemão para brasileiros

Acredito que a maioria dos livros didáticos usados no ensino do alemão no Brasil sejam aqueles produzidos e criados na Alemanha. Na maioria das vezes trata-se de livros didáticos muito bons, com uma abordagem comunicativa. O único problema que eu vejo neles é que eles abordam dificuldades de pronúncia para falantes de qualquer outra língua. Num livro que eu usei há, por exemplo, um exercício que visava conscientizar o aluno da diferença entre r e l. Para falantes de português isso é claro e seria obviamente um desperdício de tempo apresentar um exercício como esse na sala de aula. Por outro lado faltam exercícios que abordam dificuldade típicas dos falantes de português brasileiro: a "falta"de nasalização no alemão (Bahn e não *bãn), os clusters consonantais como em trifft (nós tendemos a fazer epêntese, ou seja, adicionar vogais onde não tem, falando triffit), as nasais finais m, n, e ng (que em português não são distintivas), o w que é lábio-dental, diferente do nosso v, o l (que nunca é uma semivogal), e a diferença entre um i longo e um e longo, que são muito similares para ouvidos brasileiros. É por isso que eu estou preparando exercícios extras de pronúncia para meus alunos. Mais tarde pretendo postar uma lista completa desses exercícios aqui no blog.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Preparando aula com o Google Keep

Na época que eu estudava Pedagogia Instrumental em Viena eu aprendi muito sobre como preparar uma aula de piano: costumava preencher um quadro com os objetivos, metodologia, conteúdo, material e a duração de cada fase da aula. Depois de me formar eu vi que na prática tinha muito pouco tempo para preparar as aulas dessa maneira. O curso de pedagogia instrumental não tinha me proporcionado nenhuma alternativa à preparação de aula por extenso . No curso de formação de professores de alemão que fiz pelo Instituto Goethe, um curso EAD que concluí em 2015, aprendi a preparar as aulas de alemão de forma bastante detalhada também. Contudo, mais no final do módulo principal, uma maneira alternativa de anotar as fases, objetivos, conteúdo e material foi apresentada, já que com o tempo se ganha experiência e se necessita de menos informações explícitas sobre a aula. Os autores chamaram isso de Spickzettel, uma colinha, como diríamos no Brasil.
Nos últimos anos tenho preparado as aulas com Spickzettel, mas ainda estava descontente com uma coisa: embora cada aluno precise de uma aula diferente, quando o livro didático é o mesmo, muita coisa poderia ser aproveitada de uma aula para outra, numa mesma lição de um mesmo livro. Eu também estava descontente com a pilha de papéis que ia se acumulando nos meus arquivos, mas que eram difíceis de acessar. Pensei em usar o Google Docs para preparar as aulas no computador e ler no celular (eu também uso o celular para os áudios e vídeos que uso nas aulas), mas a até agora melhor alternativa foi o Google Keep, um app para anotações que conheci através de um aluno. Instalei o app no tablet e no celular. Uma das vantagens é que se pode optar por usar caixas de seleção, que ao serem clicadas passam  para o final da lista, mas podem ser recuperadas. As anotações podem ser copiadas por inteiro e assim uma colinha pode ser aproveitada e modificada para outro aluno. Preparo minha colinha no tablet e sigo na aula pelo celular, que uso também para anotar perguntas e dúvidas dos alunos e também para editar na hora, se ideias melhores vêm a mente ao ver que um exercício funciona na prática melhor de outro jeito.